terça-feira, 8 de setembro de 2009

História da conjuração

A capital salvador, estava fervilhando com queixas contra o governo,cuja politica elevava os preços das mercadorias,causando a falta de alimentos.Fazendo também com que o povo arrombassem os açougues(antes da falta da carne).
Foi crescendo então o clima de insubordinação,contaminando os quartéis
E as ideias nativistas que já haviam animado Minas Gerais, foram amplamente divulgadas, encontrando espaço sobretudo nas classes mais humildes. A todos influenciavam o exemplo de independência das treze colônias inglesas e ideias iluministas,republicanas e emancipancionistas eram difundidas por parte da elite culta reunida em associações como a Loja Maçonica cavaleiros da Luz.
As autoridades portuguesas tentaram até impedir a chegada dos ideais Revolucionários, mas com a chegada do francês Larcher em 1976 acabou acontecendo o que era inevitável.
Cientes da presença do partidário da revolução na França, o colocaram sob vigilância, mas os soldados encarregados terminaram apaixonados pelos fatos que aconteciam na Europa. Não era difícil isso acontecer, pois eles eram brasileiros e não concordavam com a situação que estava sendo submetido o Brasil.
Outro influenciado pelas ideias do francês, foi o farmacêutico o João Ladislau Figueiredo e Mello, que cedia sua residência para reuniões, que participavam membros da elite baiana, mais ligados aos setores liberais. Entre eles o padre Francisco Agostinho Gomes e até um senhor de engenho chamado Inácio Siqueira Bulcão. Inclusive livros de pensadores iluministas eram lidos e distribuídos, apesar da forte fiscalização portuguesa contra esse material.
Os revoltosos pregavam a libertação dos escravos, a instauração de um governo igualitário (onde as pessoas fossem vistas de acordo com a capacidade e merecimento individuais), além da instalação de uma República na Bahia e da liberdade de comércio e o aumento dos salários dos soldados. Tais ideias eram divulgadas sobretudo pelos escritos do soldado Luiz Gonzaga das Virgens e panfletos de Cipriano Barata, médico e filósofo.

No texto dos panfletos constava a seguinte frase: "Povo que viveis flagelados com o pleno poder do indigno coroado, esse mesmo rei que vós criastes; esse mesmo rei tirano é o que se firma no trono para vos veixar, para vos roubar e para vos maltratar." E outro se lia: "Animai-vos Povo Bahiense que está por chegar o tempo feliz da nossa liberdade: o tempo em que todos seremos iguais".
Com a planfetagem eles procuravam ter o maior apoio da população,difundindo pequenos textos e palavras de ordem,com base naquilo que as autoridades chamavam de "abomináveis princípios franceses"
Das Virgens era um soldado do 2º Regimento, ligado à ala mais radical e popular do movimento, formada por negros livres. Faziam parte desse grupo o soldado Lucas Dantas de Amorim e os alfaiates João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino de Santos Lira. Estes ainda tentaram libertar Luís Gonzaga da cadeia, mas sem sucesso.
João de Deus foi motivado a participar da Revolta, por tomar conhecimento das noticias sobre a Revolução Francesa e a luta pela Independência do Haiti, liderada por Toussaint Breda. João tinha 37 anos, era alfaiate renomado e pai de cinco filhos. Foi imediatamente preso após a distribuição dos panfletos por sua fama de apaixonado pelos ideais revolucionários. Enfim: era tido pelas Forças Repressoras da Coroa Portuguesa como subversivo.
Também participaram dessa ala Cosme Damião e Luís, escravos; José do Sacramento,José Félix, Joaquim Machado Peçanha,Inácio Pires, Manuel José e João Pires,José de Freitas Sacoto,José Roberto de Santana,Vicente, escravo; Fortunato da Veiga Sampaio, Domingos Pedro Ribeiro, Gege Vicente,Gonçalves Gonçalo de Oliveira, José Francisco de Paulo, e Félix Martins dos santos
É importante destacar a participação feminina na elaboração da revolta,Ana Romana e Domingas Maria do Nascimento(escravas alforriadas), que ajudaram na distribuição e divulgação dos ideais da revolta.A ala mais abastada da Revolta era formada por integrantes da Loja Maçônica, que se denominavam: Cavaleiros da Luz. É importante citar que nos países colonizados na América, as Lojas Maçônicas foram responsáveis pelo incentivo à independência das nações européias.
Entre os integrantes desse grupo se destacavam quatro, todos intelectuais, Cipriano Barata, Aguilar Pantoja; Oliveira Borges e Moniz Barreto.No julgamento dos acusados de insurreição ela foi recitada por eles em nome da própria defesa.Mas todos os componentes dessa ala do movimento foram covardes, ao negarem a participação na preparação da revolta, sendo inclusive todos absolvidos. Eles arrumaram testemunhas pagas que juraram inocência ou deram álibis falsos para os afastarem da condenação.
Cipriano Barata, médico formado em Medicina na França, e apelidado de médico dos pobres veio a se destacar em outro movimento de emancipação brasileira, a Inconfidência Pernambucana em 181.Ele teria sido o responsável pela adesão de negros ao m
ovimento por consultar a população de baixa renda e não cobrar, sendo próximo a Luiz Gonzaga das Virgens. Ao divulgar a ideia de uma republica sem discriminação racial e sem escravidão rapidamente conseguiu adeptos.

Assim como aconteceu na Inconfidência Mineira, em 1789, os intelectuais eram entusiasmados nos discursos das reuniões as portas fechadas, mas incapazes de organizar o movimento de forma objetiva, ficando em intermináveis planejamentos e analises. Os negros por fazem parte da camada mais sofrida durante a Monarquia, foram os mais ativos e acabaram tomando a coordenação da Revolta. A possibilidade de abolição da escravidão trouxe muitos adeptos.Os panfletos de Luiz Gonzaga chegaram até a mesa do governador da Bahia, que imediatamente ordenou que o chefe da policia prendesse os envolvidos.
O primeiro detido foi o escrevente Domingos da Silva Lisboa. A suspeita recaiu depois sobre Luiz que tinha for fama afrontar as autoridades locais com os mesmos argumentos contidos nos panfletos. No ato da detenção foi também feita uma busca e apreensão de material e foram encontrados livros de filósofos iluministas e boletins franceses favoráveis à revolução francesa. Ele foi barbaramente torturado para divulgar outros envolvidos, mas não delatou ninguém. Os pobres: Inácio da Silva Pimentel, Romão Pinheiro, José Félix, Inácio Pires, Manuel José e Luiz de França Pires, foram acusados de envolvimento "grave", recebendo pena de prisão perpétua ou degredo na África. João de Deus, um dos condenados, durante o processo, tentou-se passar por demente, mas uma junta médica acabou derrubando o argumento. Junto com ele foi condenado Manuel Faustino, Lucas Dantas e Luiz Gonzaga das Virgens.
Durante a fase de repressão, centenas de pessoas foram denunciadas: militares, clérigos, funcionários públicos e pessoas de todas as classes sociais. Destas, quarenta e nove foram detidas, a maioria tendo procurado abjurar a sua participação, buscando demonstrar inocência.
Finalmente, no dia 8 de Novembro de 1799, procedeu-se à execução dos condenados à pena capital, por forcamento, na seguinte ordem: soldado Lucas Dantas do Amorim Torres;aprendiz de alfaiate Manuel Faustino dos Santos Lira; soldado Luís Gonzaga das Virgens; e mestre alfaiate João de Deus.

O quinto condenado à pena capital, o ourives Luís Pires, fugitivo, jamais foi localizado. Pela sentença, todos tiveram os seus nomes e memórias "malditos" até à 3a. geração. Os despojos dos executados foram expostos da seguinte forma: a cabeça de Lucas Dantas ficou espetada no Campo do Dique do Desterro;a de Manuel Faustino, no Cruzeiro de São Francisco; a de João de Deus, na Rua Direita do Palácio (atual Rua Chile); e a cabeça e as mãos de Luís Gonzaga ficaram pregadas na forca, levantada na Praça da Piedade, então a principal da cidade.
Esses despojos ficaram à vista, para exemplo da população, por cinco dias, tendo sido recolhidos no dia 13 pela Santa Casa de Misericórdia (instituição responsável pelos cemitérios à época do Brasil Colônia
), que os fez sepultar em local desconhecido.
Os demais envolvidos foram condenados à pena de degredo, agravada com a determinação de ser sofrido na costa Ocidental da África, fora dos domínios de Portugal, o que equivalia à morte. Foram eles: José de Freitas Sacota e Romão Pinheiro, deixados em Acará, sob domínio holandês; Manuel de Santana em Aquito, então domínio dinamarquês; Inácio da Silva Pimentel, no Castelo da Mina, sob domínio holandês; Luís de França Pires em Cabo Corso; José Félix da Costa em Fortaleza do Moura; José do Sacramento em Comenda, sob domínio inglês.
Cada um recebeu publicamente 500
chibatadas no Pelourinho, à época no Terreiro de Jesus, e foram depois conduzidos para assistir a execução dos sentenciados à pena capital. A estes degredados acrescentavam-se os nomes de: Pedro Leão de Aguilar Pantoja degredado no Presídio de Benguela por 10 anos; o escravo Cosme Damião Pereira Bastos, degredado por cinco anos em Angola; os escravos Inácio Pires e Manuel José de Vera Cruz, condenados a 500 chibatadas, ficando seus senhores obrigados a vendê-los para fora da Capitania da Bahia
;
José Raimundo Barata de Almeida, degredado para a ilha de Fernando de Noronha
; os tenentes Hermógenes Francisco de Aguilar Pantoja e José Gomes de Oliveira Borges, permaneceram detidos por seis meses em Salvador;Cipriano Barata, detido a 19 de Setembro de 1798, solto em Janeiro de 1800.
Também foi condenado a morte Romão Pinheiro e seus parentes considerados infames, mas apelou e sua pena seria atenuada para degredo. Os escravos Cosme Damião e Luís da França Pires também foram sentenciados. Damião foi enviado para a África e Pires, que conseguira fugir, foi condenado à morte a revelia.No dia 8 de Novembro de 1799, os quatro condenados foram levados num cortejo triste pelas vias publicas de Salvador, sendo assistidos pela população local, formada em 80% por negros, que fazia silenciosa reverencia aos seus heróis. Na execução Manuel Faustino e Lucas Dantas recusaram a extrema unção oferecida por um frei franciscano, que lhes oferecia desde que se arrependessem de seus pecados.
Próximo ao dia da execução em seus últimos contatos com parentes, eles lamentavam a covardia da elite que não tomou parte da revolta e se miraram no exemplo dos negros haitianos que estavam fazendo sua revolução dirigida por eles mesmos e matando todos os colaboradores com os brancos. Tinham se inspirados na Revolução da França, mas tarde descobriram que sua motivação e estratégia deveriam ter sido a mesma do Haiti. O exercito era composto em sua maioria absoluta de negros e apenas chefiado por oficiais brancos. Situação semelhante dos haitianos. Mas a confiança nas lideranças não afro-brasileira se mostrou uma atitude errada, pois elas negociaram suas condenações, assim como aconteceu em Minas Gerais.

Revistinha em quadrinhos

Esta é a nossa revistinha em quadrinhos :




















Aqui estão alguns trechos :



























Esta Revista conta a tragetória de um trabalho escolar,no qual Lucas e sua turma se divertem aprendendo sobre a Conjuração Baiana.